domingo, 10 de maio de 2015

Nhô S. Filipe

Entre curvas, o mar e as hortas chegámos a S. Filipe. A missa estava prestes a terminar, mesmo em frente à igreja. Comprámos água. No ar, os foguetes marcavam a saída da procissão, em terra ouviam-se tambores e cavalos a trote. O coração encolheu-se um pouco e lembrou-se das recentes festas das Boas Novas.
Na procissão, acólitos, gentes da catequese, padres, autoridades e demais população (muita vinda de longe para a festa), a acompanhar o andor de S. Filipe,  enfeitado com rosas vermelhas de plástico, que relembram a simplicidade de outros tempos de fé.













Deixámos que a procissão passasse e entrámos na igreja quase vazia.

Sento-me a recordar como se reza e sinto os meus olhos presos numa das imagens do altar lateral. Não sei quem é, mas contemplo-lhe as expressões. Penso que quando se reza se pede algo,mas eu não sei qual é a advocacia de S. Filipe e a Santa também não ma diz, nem os habitantes a quem perguntei por ela. Peço-lhe o que vai no coração: um caminho para andar.
















 Os foguetes e os tambores quebram o silêncio.
Volto à rua, para ver a procissão do princípio. Os tambores e o trote arrepiam-me.






Deixámos que a procissão seguisse e partimos à descoberta da ruas e de um lugar para almoçar.
Seguimos o conselho do guia de viagem e ficámos de barriga cheia da espera. O almoço cumpriu o seu desígnio de alimentar o corpo. O corpo cansado queria fazer uma sesta e queria ir à festa. Dado o adiantado da hora procurou um café e um doce e embrenhou-se na multidão, para ver a corrida de cavalos: rapazes a cavalo que tentam apanhar coroas de flores e sacos com cinza e drops, que depois as crianças correm a apanhar.

No meio da multidão, dois enfermeiros, que terão trabalhado com outros enfermeiros de Portugal, vão-me descrevendo o que vejo, rimos e batemos palmas a cada coroa conseguida.
Depois da entrega de prémios e da passagem da bandeira, partimos à descoberta dos sobrados, nas ruas quase vazias. Terminámos junto ao mar em busca do pôr-do-sol.






















O corpo pedia descanso antes do jantar, mas a curiosidade em saber quem era o hóspede do pequeno-almoço não nos deixou parar muito tempo.
Encontrámo-lo numa pizzaria, que não é, com certeza, o lugar mais típico de S. Filipe, mas valeu pela pizza, pelo gelado e pela conversa sobre o mundo e sobre ONG e grandes agências de cooperação internacionais. O mundo é pequeno e os que andamos nele cruzamo-nos em qualquer esquina.

À noite houve concertos, que não vimos porque o corpo pedia repouso antes de voltar ao aeroporto às cinco e trinta da manhã.
Voltámos a ver S. Filipe acordar na pista do aeroporto. A Praia era já ali.


Sem comentários:

Enviar um comentário