sábado, 9 de julho de 2016

Oslo imprevisto

aos imprevistos previstos,





Quando se pensa em férias abre-se o calendário, escolhe-se um mês e depois os dias mais a jeito - se tiverem um feriado pelo meio melhor porque assim as férias são previsivelmente maiores. Antes ou depois do calendário já se escolheu entre ficar em casa ou ir para fora dela ou então misturar as duas opções.
Por motivos vários esta tinha sido a minha escolha, mas por qualquer motivo desconhecido as minhas escolhas têm sempre algo para me surpreender. As férias não fugiram à regra, pois o meu chefe fez questão de me propor um pausa para trabalhar. Como qualquer proposta há sempre a opção de dizer não, porém o não nem sempre é a melhor escolha. E assim foi num sim de voltar mais cedo de Saint Louis, de fazer as malas às pressas, descarregar documentos para ler no voo, sentir a luz de Lisboa e o sabor de um café com uma nata com canela no aeroporto e dei comigo em Oslo.







Eu que penso que gostava de conhecer todos os sítios do mundo, já tinha dado comigo a pensar como seria viver num mundo de luz... mas deixem-me aterrar, forrar o estômago, responder que afinal já posso comprar bilhete para jovens porque já passei a barreira os vintes há uns tempos, seguir o conselho de entrar no comboio pela porta laranja e... e sair da estação, parar estúpida de facto: há muita gente na rua, há muita luz, não há um cheiro particular e também não há lixo no chão.

Esta estupidez de facto deve ter um qualquer nome próprio, mas para mim é uma espécie de adjectivo no grau superlativo.
Sair de Saint Louis onde os cheiros eram o mais forte de tudo e onde os olhos se enchiam desse tudo no meio de uma luz ténue, aterrar em Oslo sem esse tudo causa uma certa tontura de primeiro impacto.


 


O tempo por lá foi curto, contudo deu para sentir o sol quente quando se está na sua direcção e o sol fresco quando os raios se afastam, comer comida do mundo, beber vinho de outra terra, sentir que podia tocar nas nuvens, deixar que os olhos se enchessem de inspiração artística e de sol. Um sol que parecia nunca mais terminar, que me enganava na hora de dormir.




De sentir a magia do alto das montanhas, de me deixar levar pelas ruas à procura de algo diferente, de perceber por que é que as gentes do Norte se despem perante um pequeno raio de sol.
Oslo não é barato de todo, mas tem  seu encanto. Imagino que tenha ainda mais para quem gosta de neve e de dias mais escuros.