terça-feira, 5 de maio de 2015

A dança das ondas - de S. Vicente a Santo Antão

 Para quem gosta de caminhar sobre ondas rochosas,

De S. Vicente a Santo Antão caminha-se sobre o balanço das ondas durante uma hora.


O barco sai do porto à hora certa. O bilhete compra-se no porto, pelo menos trinta minutos antes da hora da largada. Pouco depois começa o embarque.
As malas, os sacos e as galinhas ficam no porão.
A bordo há caras de todos os cantos. Os bastões, as botas e a roupa denunciam os caminheiros. O vento traz sons em crioulo, francês, inglês e português.
Antes da largada são distribuídos pequenos sacos de plásticos pretos, não vá o nosso interior querer saltar cá para fora.
O barco parte, vai cortando o mar calmo num breve balançar.

Distraio-me a fotografar a terra que fica e que vai aparecendo à frente dos meus olhos, mas o corpo não resiste e pede que me sente. A náusea balança dentro de mim, aperta-me a cabeça. Fecho os olhos e espero que passe. Não quero, de todo, usar o saco preto a bordo.
Inspira, expira, eleva a mente para o vazio de pensamento.
O som do barco vai mudando, voltea-se nas ondas em busca do aconchego do porto. Atraca em Porto Novo.

Saio do barco cheia de ondas na cabeça, tal como quando se encosta um búzio ao ouvido.
O sol de Porto Novo traz várias ofertas de táxi e de aluguer (Toyota Hiace), mais um negócio para chegar à Ponta do Sol. Peço para me sentar junto ao condutor: quero tirar fotografias,  sem sentir as curvas do caminho.

 




















Paramos na Ribeira Grande para trocar de aluguer. O telemóvel toca, é o contacto de outro aluguer para as estradas de Santo Antão.
 

Ponta do Sol é um lugar pequenino, entre a montanha árida e o mar. É um lugar de partida para as caminhadas, talvez por isso abundem os restaurantes e os locais para dormir.

Sem comentários:

Enviar um comentário