sábado, 1 de outubro de 2016

Dakar verde

para as coisas simples da vida,
(como a água que corre na torneira)

 






As chuvas vão sendo mais escassas, mas não perdem a intensidade, deixam saudade nos dias de calor intenso, deixarão saudades na terra árida coberta de verde, que daqui a meses se despirá e se entregará ao pó.

 






Mas por enquanto as ervas espreitam entre as pedras, que os homens desviam com pequenas pás, para as forçarem a sair de lá e as deixar secar em pequenos montes. As mesmas que enchem as delícias de uma manada de vacas no meio da via rápida.

 











 






 

Dakar verde com chuvas nocturnas levou a água da torneira, fez sair a água das reservas em garrafões de outras águas. Transportou-me aos primeiros anos em terras aridamente húmidas onde os banhos de caneca e a contagem das gotas no lavar da louça eram partes do dia. Transportou-me para pensamentos sobre a eventual pressão da água em horas nocturnas, para recuperar reservas.


 

 A chuva lá fora acordou-me e lembrou-me a bacia que estaria cheia e a verter, os garrafões que ainda poderia encher na pressa da pressão do sono.
Olho aberto, olho fechado.
Torneira aberta, torneira fechada. Torneira aberta água corrente, água de reserva. Dakar verde de chuva, na esperança que a água não vá.



Sem comentários:

Enviar um comentário