sábado, 12 de março de 2016

As mulheres da minha rua

Para elas que vêem o dia passar




 As mulheres da minha rua chegam cedo, são cerca de dez ou talvez mais. Algumas trazem os filhos às costas em panos cheios de cor e nós.
Acomodam os produtos sobre os passeios de terra batida e sentam-se em três grupos. 
As mulheres da minha rua dividem o almoço e sorrisos. Alimentam os filhos e esperam.

As mulheres da minha rua vendem as cores de bissap, de baob, de vegetais secos e pouco mais.

Ficam juntas, trocam histórias por tempo.

O vento levanta-se e elas mais juntas cruzam os panos à volta do corpo. Acomodam melhor os filhos das costas, rezam discretamente perto da mesquita. Algumas esperam pedaços de pão ou uma  moeda.

As mulheres da minha rua vêem o dia chegar ao fim. O vento aumenta, juntam os produtos e regressam a casa com os filhos às costas, as mulheres da minha rua.

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