segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Phnom Penh... sempre lá

Para um abraço acolhedor, 





Phnom Penh sempre lá esteve, mas ficou para ser visitada no fim, na esperança de um tempo que não passa, mas que vai passando no calendário e se aproxima da data de regresso marcada no bilhete de avião.
Neste deixar para descobrir depois, o guia de viagem não me despertou o interesse por certos locais e como (quase) sempre deixei-me levar pelo instinto, sem arrependimentos do que não foi visto e poderá (ou não) vir a ser um dia...


Nas primeiras semanas, Phnom Penh passou pelos meus olhos a pé e de tuk-tuk, quando o tempo corria, quando o sol esquentava, quando tinha de ser para chegar mais longe. Nesse tempo levantei os olhos para ver as redondezas e baixei-os no Toul Sleng Genocide Museum, levantei-os no Tuol Tompoung Pagoda, à procura de ensinamentos, centre-os no Russian Market, à procura de cada novidade entre sedas, deuses, roupas, bijuteria, frutas e tão mais que um mercado tradicional pode oferecer num labirinto quadrado ou talvez retangular.























De bicicleta cheguei mais longe, tive vontade de cruzar a ponte para outra margem, mas fiquei do lado de cá, para ver o monumento da independência, para me perder nas ruas e me encontrar no caos calmo do trânsito, para orar no Wat Phnom, para me deixar encantar pelo Palácio Real e me deixar levar no sonho de cada uma das pombas, que percorrem os jardins exteriores e viajar ao lado do River Side ou me perder no Central Market.






Phnom Penh foi um lugar para me perder e encontrar, não que a geografia da cidade seja difícil, mas para o meu sentido desorientador nem sempre é evidente que para chegar à padaria, por exemplo, é preciso virar na segunda rua e seguir sempre em frente, porque os olhos se perdem e de repente a segunda rua passa a ser a terceira.



Assim perdida em  reencontros fui apurando o meu sentido de atenção, mas houve um dia em que olhei para o calendário e ele tinha a mesma data do bilhete de avião - era hora de receber um abraço acolhedor para me perder na barriga de um avião.

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