Para a R., pelo segredo do pôr-do-sol
Lá longe, em Portugal o Fausto canta,
"O barco vai de saída
Adeus ao cais de Alfama
Se agora ou de partida
Levo-te comigo ó cana verde
Lembra-te de mim ó meu amor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador"
Se as minhas cordas vocais estivessem treinadas poderia cantar,
O Armas vai de saída
Adeus ao cais de Sant'Antão
Se agora vou de partida
Levo-te comigo ó terra verde
Lembra-te de mim neste calor
Lembra-te de mim nesta aventura
P'ra lá da loucura
P'ra lá do Equador
O regresso foi aconteceu numa conversa de olhos fechados porque o mar balançava dentro de mim.
Os minutos das horas passaram no balançar das ondas, que não quis ver e assim continuaram ao longo do dia já em terra.
Primeiro pensei que me faltava um café, procurei o café Mindelo entre as casas do Porto.
Abracei um amigo que vinha de assistir a um "teatro" da política local, puxei a mala entre as pedras da calçada até sua casa e enchi os olhos e a barriga, ainda em turbulência, no espaço da Alliance Française.
Procurei a casa da Cesária Évora no guia e nas palavras de quem passava na rua. Cheguei.
Inverti a marcha em busca de uma lembrança, para levar na minha mala. Procurei um mundo virtual e bebi um café.
A tarde já caia e trazia com ela a promessa de um pôr-do-sol em João Ribeiro, entre escombros e um canhão antigo.
Era noite, era hora de voltar ao aeroporto, parar na Praia e seguir para o Fogo.
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